sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Breve desabafo!

Hoje, no Colégio Central, observei duas aulas do 2º ano, e uma das coisas que mais me fez refletir e me orientar para redigir o que vocês estão vendo agora, foi uma simples orientação feita, por um(a) determinado(a) professor(a), no momento inadequado e para pessoas inadequadas.
Nas reuniões, uma das nossas discussões diz respeito à correção dos textos dos alunos. Somos orientados a não utilizar os termos "certo" e "errado", a não nos atermos somente às correções ortográficas, às gramaticais, a não utilizarmos canetas vermelhas e, simplesmente, rabiscarmos todo o texto do aluno... Enfim, discussões feitas com o intuito de adequarmos e melhorarmos nossa metodologia de ensino, visando a formação de leitores, escritores e seres críticos. Até aí, tudo ótimo! Contudo, este (a) determinado (a) professor (a), passou estas informações para os alunos. Creio que esta não é a melhor forma de fazer com que os alunos desenvolvam o hábito da escrita. Se o mesmo tinha esta intenção, acredito também que não a obterá, pois, através desta informação, pelos alunos que conhecemos, seja pela fama ou pela própria experiência de ensino, sabemos que os mesmos poderão fazer o uso desta informação de forma indevida. Como?
Sabemos que ainda existem muitos professores tradicionais e que fazem este tipo de correção de texto também da forma tradicional, ou seja, rabiscando todos os erros e sem dar importância ao conteúdo. Porém, quem deve alertá-los para esta metodologia arcaica são outros professores, palestrantes, coordenadores, diretores e não os alunos. Estão compreendendo onde quero chegar?
Exatamente! ;)
Pelo fato de os alunos odiarem escrever, por exemplo, verão nesta a melhor oportunidade para criticar o professor na frente da turma. Em outras palavras, ao se depararem com o tipo de correção tradicional - comentado e criticado pelo (a) professor (a) - eles se sentirão no direito de dizer "ousadamente" ao professor que o mesmo NÃO PODE corrigir o seu texto desta forma!
De acordo com este fato, percebi que temos que nos atentar para o que nós, futuros professores, estamos apreendendo e o que devemos ou não internalizar, bem como o que devemos ou não expor. Devemos saber fazer esta seleção para não darmos vazão a este tipo de coisa que poderá, supostamente, ocorrer.

Monique Guerra

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Janeiro... início das atividades

[por Gislene Ramos]



Dando início às atividades de 2011, o mês de Janeiro foi marcado por reuniões bastante produtivas. Além de importantes reflexões a cerca da prática docente, também foram feitas melhores avaliações em torno das produções do ano de 2010, entre outras ações. Como ponto principal de tal melhora, tivemos as novas estratégias de trabalho adotadas; a exemplo das reuniões passarem a ser, de fato, semanais e com a presença de todos os bolsistas. O fato de se ter um texto teórico como base para as discussões também tornou a reunião muito mais dinâmica e produtiva, uma vez que a junção teoria-prática tornava-se cada vez mais próxima.
Logo na primeira semana foram discutidos pontos importantes em relação às práticas pedagógicas; como por exemplo, proporcionar uma participação mais ativa do professor regente, junto ao bolsista, além disso, trabalhar para um melhor ajuste entre as turmas, para que não haja grandes diferenças nas atividades em sala. Também foram levantadas questões para um melhor aproveitamento das discussões nas reuniões tendo como forma de expor tais pensamentos foi sugerido e criado o blog do projeto (“Jornal do PIBID” – blogspot), com o intuito de tornar públicas as reflexões e, em alguns casos, as produções dos alunos.
O texto como base teórica para a primeira semana foi o “Assumindo a dimensão interacional da linguagem”, do livro Aula de Português – encontro e interação (ANTUNES, Irandé). Pontos importantes foram discutidos, sobretudo de como se dá a relação teoria versus prática; reflexões a cerca da processo da escrita e reescrita; do tratamento dado ao processo da construção do aprendizado. Na segunda semana tivemos capítulos do livro Produção e revisão textual – um guia para professores de Português e de Línguas Estrangeiras (SOARES, Doris de Almeida); o que também proporcionou produtivas discussões, principalmente um aprofundamento maior em relação a algumas teorias pedagógicas e um breve panorama histórico a cerca de processos de aprendizagem.
Na semana seguinte foram apresentadas e discutidas diversas propostas de planos de aula para os primeiros encontros. Um fato importante a ser considerado é que após as discussões, tomando como referência os textos teóricos, as propostas das atividades em sala puderam ser melhor avaliadas, se possíveis ou não, em função da sua produtividade e fundamentação em práticas pedagógicas.
Ótimas propostas foram apresentas e discutidas nesse terceiro encontro, a fim de chegar num consenso para que todas as turmas caminhem nos mesmos passos. A definição de uma produção textual livre, na qual os alunos fariam uma apresentação de “quem sou eu”; sendo que, anteriormente, seriam apresentadas e discutidas outras produções artísticas, música, poesia, etc para que eles possam ter como referência ou mesmo inspiração.
Outro momento um tanto diferente, já na semana seguinte, quando se iniciou a “Jornada pedagógica 2011”, período em que se dá o planejamento do ano letivo, avaliando as problemáticas e apontando soluções, de acordo com a realidade do colégio. Proposta pela Secretaria de Educação do Estado esse ano a jornada trouxe novidades: “Pela primeira vez, as escolas vão usar os próprios indicadores de desempenho como instrumento norteador do planejamento pedagógico do ano letivo. Dados como distorção idade-série, índices de aprovação, reprovação e abandono, além de resultados de avaliações externas como Prova Brasil, Ideb, Avalie e Enem vão ajudar os educadores a identificar aspectos da vida escolar que precisam ser melhorados e fortalecidos. Além dos indicadores de desempenho, as escolas vão receber materiais pedagógicos que vão dar suporte no planejamento das atividades de 2011”. (trecho extraído do site da Secretaria de Educação do estado da Bahia.
Na teoria, tal proposta parece perfeita, no entanto verificando a sua execução, como no caso do colégio Central foi possível observar diversos problemas, pra não afirmar, incoerências. A começar pelo uso de novas tecnologias, que no caso do primeiro dia só veio a prejudicar o desenvolvimento da jornada; uma vez que boa parte de seu conteúdo possuía pouca efetividade para o planejamento escolar. Com uma apresentação extensa e pouco atrativa, logo de início provocou a dispersão de grande parte do corpo docente; a exibição de um documentário com baixa qualidade de imagem e áudio, também só tornou improdutivo o processo. Não que o uso de novas tecnologias não seja válido, no entanto há de se considerar a realidade estrutural do colégio e o próprio interesse por parte dos professores; sem contar com um conteúdo que ao mesmo tempo abranja a realidade do estado, mas que também consiga atingir as especificidades das escolas em questão. E diante dos problemas de instalação e adequação às tecnologias propostas, passadas algumas horas e ainda se estava no primeiro ponto da reunião – “Abertura da Jornada”. Sendo assim há de se observar que ainda que existisse um cronograma a ser seguido, deveria se levar em conta a sua produtividade, que por sua vez estava sendo prejudicada por questões menores; provocando o desinteresse do corpo docente que em muitos momentos só estava preocupado em assinar a lista de presença. Marcada para um outro dia deu-se seqüência a jornada; que dessa vez começou seguindo os pontos do cronograma, porém de forma bastante superficial: problemáticas eram apontadas, provocando discussões e confronto de opiniões, no entanto não se chegava a um consenso a fim de solucionar tais problemas; e assim foi verificada boa parte da reunião.
Por fim o que se pode tirar como experiência e avaliação de tal processo inicial é que diferentemente da execução da jornada pedagógica, que apresentou pouca produtividade, o PIBID, com suas reuniões semanais embasadas em textos teóricos, mostrou-se muito mais efetivo no que se refere a planejamentos e procedimentos pedagógicos, pois verificados problemas, mas, no entanto foram apresentadas soluções, considerando evidentemente nossa realidade. É de se esperar, então, que tal produtividade continue ao longo do ano letivo, principalmente em relação à prática docente e o bom desenvolvimento do aluno, sobretudo nas produções textuais e análise crítica da realidade, pois só assim haverá de fato um processo de ensino-aprendizagem.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Apresentação...

Jornal escolar: um artefato de aprendizagem integrado ao ensino de Língua portuguesa
                                                                       Profa. Cleide Selma Alecrim Pereira
  
          O presente Projeto de incentivo à docência visa promover ações de alunos-bolsistas do Curso de Licenciatura em Letras da UNEB (Campus I - Salvador) nas aulas de Língua Portuguesa do Ensino Médio do Colégio Estadual da Bahia em Salvador, assim como em todas as ações que envolvam o trabalho docente desta Instituição.
          O foco desse projeto será o planejamento, implantação, execução e publicação de um Jornal escolar que pretende servir de eixo estruturador das ações e práticas pedagógicas no ensino de Língua portuguesa, através de processos de leitura e escrita de textos como meta principal. Localizado na Av. Joana Angélica, Pça Carneiro Ribeiro s/n. Nazaré. Salvador - BA, o Colégio Estadual da Bahia - Central é o contemplado com a ação do "Jornal escolar".
          Tendo como coordenadora a Profª Cleide Amorim e supervisor o prof. Clebemilton Nascimento. E os alunos-bolsistas (e agora, também professores) são: Davi Nunes, Flávia Lopes, Gislene Ramos, Lilian Souza, Liliane Aquino, Marcio Costa, Michele Paz, Monique Guerra, Patrícia e Tatiana Dantas. 
        O Jornal escolar deverá estar integrado ao planejamento das Unidades do componente curricular, ampliando as ações dos docentes, bolsistas e discentes na dinâmica das aulas de Língua Portuguesa. Deve servir de suporte pedagógico das produções de leitura e escrita dos alunos, sob a orientação de bolsistas de iniciação à docência. Esta ação, assim pensada, visa à articulação do conhecimento construído acerca da linguagem e da literatura com as pedagogias culturais (mídia, música, expressões artísticas etc), aproximando a escola e os conhecimentos veiculados nas aulas com a realidade e a diversidade sociocultural dos discentes. Privilegia-se, dessa forma, uma abordagem interdisciplinar centrada nos processos de construção das identidades sociais no mundo contemporâneo, tais como gênero, raça, sexualidade, geração, religião e outros marcadores sociais que emergem nos processos de trocas intersubjetivas entre os discentes.
        Portanto, esse planejamento, além de promover o desenvolvimento da leitura e da escrita como um caminho para construção da cidadania e formação de alunos-leitores críticos vislumbra também a construção de uma ética de coexistência em um contexto de recrudescimento violência urbana, da intolerância religiosa, do racismo, sexismo e homofobia. Para tanto, será necessário ações pedagógicas que proporcionem a emergência de um debate que evidencie as expressões literárias das margens e o significado da aprendizagem e, principalmente, da leitura crítica e da escrita.